Os Jovens Repórteres para o Ambiente (JRA) investigam, questionam, entrevistam, recolhem factos, captam imagens, reportam e comunicam sobre sustentabilidade, num exercício de cidadania activa .
Este projecto é coordenado em Portugal pela Associação Bandeira Azul:
www.abae.pt

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Biodiversidade da Ribeira do Divor

A Ribeira do Divor, na Azervadinha, foi o local escolhido para identificar e recolher macroinvertebrados presentes na água, para posteriormente serem analisados em laboratório, na escola e possibilitar uma identificação da qualidade da água da referida ribeira.



O grupo CSI Coruche recolheu amostras de água e algas juntamente com macroinvertebrados, CSI Ferreira e CSI Vieira responsabilizaram-se pela recolha das algas, CSI Caetano pela recolha de amostras de água e CSI Martins pela procura de macroinvertebrados, que apareceram passado pouco tempo..




Após a ida à Ribeira do Divor, para recolher amostras de água e macroinvertebrados, a investigação prosseguiu no laboratório de Biologia da Escola Secundária de Coruche.
No laboratório foi reconstituído um pequeno ecossistema com um aquário onde se colocou a areia do rio, as algas recolhidas e os macroinvertebrados.
No dia seguinte iniciou-se a análise da água do aquário, bem como a identificação de macroinvertebrados e dos peixes. Foram preparadas amostras de água do fundo, do meio e da superfície do aquário. Seguidamente, essas amostras, foram analisadas ao microscópio óptico composto (MOC). Durante a primeira semana existia uma grande diversidade de algas filamentosas, desde azuis e verdes, como as chlamydomonas (algas flageladas). Foram encontradas ainda paramécias.
Na segunda e terceira semana foram encontradas novamente uma enorme variedade de algas (descrita anteriormente) e paramécias. Foram ainda observados vários rotíferos e no fundo colónias de algas Vólvox.










Foi também observado à lupa binocular, um macroinvertebrado,um besouro da ordem Coleoptera pertencente à família Psephenidae. É um besouro que de desloca na água com um corpo densamente coberto de pêlos hidrófugos..A sua alimentação baseia-se em plâncton.



Observou-se a pardelha que é um pequeno e pacífico ciprinídeo cujo tamanho máximo raramente ultrapassa os 15 cm., com o corpo alongado e levemente comprimido, com a cabeça pequena e uma boca terminal ligeiramente inclinada para baixo. Tem caracteristicamente a base das barbatanas peitoral e pélvica avermelhadas e possui uma linha lateral muito marcada. A sua alimentação baseia-se em pequenos invertebrados, algas e plâncton.



Até ao momento, o aquário encontra-se perfeitamente oxigenado, graças à presença de algas recolhidas na Ribeira. É de salientar que todos os seres observados, existiam em grande quantidade, pelo que a sua recolha (em pequena amostra) não constitui um problema para o ecossistema
A presença de alguns micoorganismos, alerta para o facto de que este ecossistema possa apresentar alguns níveis de poluição. As paramécias, que são protozoários, desenvolvem-se a um ritmo acentuado em águas poluídas e ricas em compostos orgânicos. Os rotíferos observados representam óptimos indicadores de saprobidade, ou seja é o termo utilizado para definir o conteúdo de putrefação orgânica. A presença de algas azuis permite concluir que a água está poluída por excesso de compostos nitrogenados, possivelmente os que são utilizados na agricultura. A presença de uma quantidade elevada de algas verdes, em cursos de água relativamente parados, como o da Ribeira do Divor, representa um indicador de poluição.
O besouro Psephenidae desenvolve-se particularmente com águas de carácter poluído.
As pardelhas vivem em ambientes bem oxigenados, com uma densa vegetação aquática. São encontrados em cursos de água médios.
Em suma, a água da ribeira do Divor encontra-se bem oxigenada, embora poluída e com elevadas concentrações de matéria orgânica.
Esta investigação irá prosseguir recorrendo também a testes de toxicologia, com produtos químicos utilizados na agricultura, utilizando Daphnia magna, recolha e análise de amostras em outros locais para que se possa revelar “O Segredo do Rio”.




Alexandre, Joana F, Joana V, Sara – 12º A