Os Jovens Repórteres para o Ambiente (JRA) investigam, questionam, entrevistam, recolhem factos, captam imagens, reportam e comunicam sobre sustentabilidade, num exercício de cidadania activa .
Este projecto é coordenado em Portugal pela Associação Bandeira Azul:
www.abae.pt

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Espreitar a acção Humana



Por entre o que resta de um bosque, com uma enorme biodiversidade, observa-se a acção humana nas margens do Rio Sorraia. A paisagem é linda, a perda de biodiversidade é grande!
Será este o Caminho da Humanidade?

Maria Coutinho
Escola Secundária com 3º CEB de Coruche

As Cores da Natureza


O Homem destruiu a paisagem, abateu a floresta, desertificou o solo. Mas, Natureza deu o seu toque de magia - com um pouco de cor.

Nesta região do Concelho de Coruche existia, até há 30 anos atrás, uma floresta com predominância de Pinheiro manso, mas o homem quis ter mais terrenos agrícolas, por isso abateu a floresta. Deparou-se, porém, com um solo arenoso e muito pobre em matéria orgânica, por isso utilizou fertilizantes em grandes quantidades, poluiu aquíferos superficiais que existem na região e desertificou o solo.

Maria Coutinho
Escola Secundária com 3º CEB de Coruche

domingo, 12 de junho de 2011

Floresta dos Sentidos

Ao percorrermos as florestas do Concelho de Coruche sentimos todo o tipo de sensações. A paz está presente em todo o lado e é possível ouvir o chilrear das aves, o barulho do vento a atravessar as folhas dos pinheiros, dos sobreiros, das azinheiras, o som dos animais, o verde que se vê, o agradável cheiro do rosmaninho, da esteva… É o despertar dos nossos sentidos!


Perto da Escola Secundária de Coruche deparamo-nos com as Encostas do Poente, um bosque repleto de vida. A biodiversidade neste local, com uma inclinação superior a 35%, é incrível, sendo que poderemos encontrar de todas as espécies desde simples rosmaninho até plantas de alto porte como o salgueiro de folhas brancas, mas também javalis e uma grande variedade de espécies de aves.




Neste local encontramos um refúgio espiritual, pois a calma é impressionante e os nossos sentidos começam a despertar com o cheiro do alecrim, outrora utilizado em chá para as constipações e bronquites, do funcho e da carqueja que defumava a casa dos nossos antepassados para eliminar os maus cheiros. Os nossos olhos encontraram a harmonia das cores da esteva, da giesta, das candeias, da dedaleira, entre outras. Recordámos os chás feitos com erva de São Roberto e com a Alfavaca-dos-montes, as omeletas de espargos, o unguento de cebola albarrã, o xarope de figueira-da-índia e a loção de margaça para aloirar o cabelo.
Este bosque, com um substrato que data do Pliocénico, é um importante habitat para inúmeras espécies e fundamental no equilíbrio dos ecossistemas. Foi lá que encontramos a Cavalinha, que persiste no local deste os tempos pré-históricos, a aristolóquia, bela e altiva e a salsa-brava a dar umas pinceladas de branco na paisagem.








Foi lá, ao cimo da encosta, que encontramos as pegadas deixadas pelo Javali quando observava a lezíria do Sorraia, após um banho numa poça de água.
A poucos quilómetros deste local, na freguesia da Erra, encontramos outro paraíso de biodiversidade, a Herdade dos Concelhos.







Visitamo-la numa manhã em que o sol penetrava por entre os ramos dos pinheiros, dos sobreiros e das azinheiras, iluminando os sargaços com as suas flores brancas, o mato-branco, a urze, os pequenos carvalhos que insistem em voltar ao local e o medronheiro com os seus deliciosos frutos. O rosmaninho, o alecrim, a aroeira, outrora utilizados para perfumar as casas dos nossos antepassados, fazem questão de nos despertar o olfacto.





Os líquenes, os cogumelos, as malvas e a perdiz, que levantou voo quando sentiu a nossa presença, lembram-nos os reinos do mundo vivo e a importância de manter o equilíbrio e a harmonia entre eles.
Mas, o perigo espreita e estes paraísos também se encontram ameaçados. Os incêndios constituem um perigo para ambos os ecossistemas, localizados em zonas de acesso difícil.





No entanto, o Presidente da Câmara Municipal de Coruche, Dr. Dionísio Mendes, refere que o vandalismo é o principal perigo para a Herdade dos Concelhos. A maioria das pessoas desconhece a importância deste ecossistema e com frequência são cometidos actos de vandalismo. Para proteger o local, a Câmara Municipal tem investido em boas práticas florestais e pretende que esta herdade venha a ser uma “herdade-modelo”, transformando-a num eco-parque, com possibilidade de instalar famílias residentes, que possam fazer a gestão, a manutenção e a vigilância do espaço, evitando os actos de vandalismo. Até ao momento tem sido feita alguma divulgação do local com organização de algumas actividades que envolvem a comunidade, e das quais se destaca o Peddy-paper organizado pela Câmara Municipal com a parceria dos JRA.
Tal como a Herdade dos Concelhos, também as Encostas do Poente, apesar de classificadas como REN, correm perigo. O Professor Gil Malta, grande conhecedor deste local, refere que o maior perigo é a pressão urbanística, uma vez que a urbanização junto a este bosque promove uma impermeabilização dos solos com diminuição da recarga dos aquíferos e o aparecimento de lixos abandonados no local.
O Professor Gil Malta também defende que as Encostas do Poente deveriam ser classificadas como paisagem cultural uma vez que para além da biodiversidade existente foram encontrados vestígios Romanos e do Calcolítico.
Para proteger este local deveria ser interdita a utilização de herbicidas nas azinhagas de acesso, os quais terão sido os responsáveis pelo desaparecimento da típica Erva de Santa Luzia e pela contaminação de linhas de água.
Após a realização de alguns inquéritos constatamos que a maioria das pessoas desconhece a importância destes locais, o que aumenta potencialmente os perigos que enfrentam. Habitualmente não se protege o que não se conhece, pelo que é urgente sensibilizar a comunidade, envolvendo-a e responsabilizando-a.
Como Jovens Repórteres para o Ambiente e como cidadãos devemos dar o nosso contributo. Propomo-nos a promover estes locais, colaborando com a autarquia em acções de divulgação e sensibilização. O trabalho com pessoas idosas, no sentido de darem a conhecer as utilizações e as lendas associadas a muitas plantas, valorizando os seus conhecimentos, proporcionando-lhes um pouco de companhia e permitindo o perpetuar destes saberes, é um dos trabalhos que pretendemos fazer em parceria com os lares de idosos, centros de dia e Juntas de Freguesia. Pretendemos promover a utilização sustentável de produtos destas florestas como é o caso do mel, utilizado no típico bolo de mel de Coruche, dos pinhões, utilizados nos bolinhos de pinhão da freguesia do Couço e do alecrim que aromatiza a carne assada. Queremos divulgar o artesanato associado a esta utilização sustentável, como por exemplo, os pequenos sacos bordados com o típico ponto de cruz cheios de alfazema seca para aromatizar os roupeiros e o artesanato feito de cortiça, tão típica desta região e que faz de Coruche a Capital Mundial da Cortiça.
Queremos dar a conhecer para ser possível proteger!

Afonso Carvalho, Francisco Carvalho, João Pascoal, Maria Coutinho e Maria Oliveira
Escola Secundária com 3º CEB de Coruche

Coruche, capital mundial da cortiça, abriu portas a uma nova edição da FICOR

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Semana da Saúde



Na semana de 9 a 14 de Maio que realizou-se, na Escola Secundária de Coruche, a Semana da Saúde, dirigida pelo grupo “Ciência Saudável” da turma do 12ºA, decorrente do seu projecto de Área de Projecto e Jovens Repórteres para o Ambiente.Esta semana teve como objectivos cativar a atenção da comunidade para questões de saúde pública, e sensibilizar para a prevenção de doenças com elevada incidência, não só no nosso país como também no nosso concelho.
Esta semana começou com um dia dedicado às doenças cancerígenas, com especial relevância para o cancro da mama, com a colaboração do “Projecto Appuc”. Neste dia também foram abordados o cancro do pulmão, da pele e colo-rectal, havendo a divulgação de todos com o objectivo de informar as pessoas para posterior prevenção dos mesmos. Na terça-feira, dia 10 de Maio, foi o dia em que se abordaram dois problemas que coabitam connosco todos os dias: os microrganismos e a poluição sonora. O grupo “Ciência Saudável” abordou o primeiro problema com a investigação “Microrganismos da Escola”. Acerca deste, apresentou todo o processo de recolha, contagem e tratamento dos resultados dos seus trabalhos. O grupo “Top Sound”, com a missão de alertar para a poluição sonora, realizou experiências no âmbito da propagação de ondas. O dia da contaminação das águas ficou a cargo do grupo “CSI Coruche” que realizou uma palestra sobre o Rio Sorraia e demonstrou as acções antrópicas que poluem os aquíferos. O grupo “Bioquimicamente Cozinhado” foi responsável pelo dia da alimentação saudável, quinta-feira, realizando um peddy-paper onde participaram os alunos do 9ºA. Esta semana acabou em grande, com o dia dos rastreios, realizados por alunos e professores da Escola Superior de Tecnologias da Saúde de Lisboa. Estiveram presentes as áreas de fisioterapia, cardiopneumologia e ortoprotesia, e podemos considerar que foi o ponto alto da semana, com uma enorme adesão e interesse da comunidade escolar. No Sábado procedeu-se a uma demonstração de salvamento aquático nas piscinas municipais com o objectivo de alertar e informar a população sobre o que fazer quando encontramos alguém em perigo dentro de água.
Mais uma vez, se notou grande adesão por parte da comunidade, o que vem realçar o interesse e o gosto por este tipo de iniciativas. Para além disto, é de realçar o efeito positivo que as parcerias com os vários grupos de área de projecto, não só da turma, mas também de outras turmas tiveram. O trabalho de equipa entre os vários grupos permitiu, não só reforçar a união e a cooperação, como também ajudar a cumprir todos os objectivos para esta semana.

Catarina Vitorino, Fábio Coelho, Henrique Peixoto, Sofia Teixeira

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Escola Electrão - Por um Futuro melhor

A escola secundária de Coruche recolheu, no passado dia 24 de Janeiro, 1842 toneladas de REEE (resíduos de equipamentos eléctricos e electrónicos) no âmbito do projecto escola electrão.

Este projecto consistiu na recolha dos REEE da região, desde os pequenos equipamentos eléctricos aos grandes electrodomésticos, com o objectivo principal de sensibilizar e envolver professores, alunos, funcionários, pais e a comunidade em geral no esforço global da reciclagem e valorização desta.
A dinamização deste projecto passou pela afixação de cartazes de divulgação, distribuição de panfletos informativos nos tabuleiros da cantina escolar e a colocação de pontos de recolha no espaço da escola.
Foi ainda organizada uma palestra com a finalidade de sensibilizar a comunidade para a importância de reciclagem dos REEE. Durante a palestra, o Engenheiro Guilherme Marcão salientou alguns dos perigos de abandonar os REEE uma vez que estes contêm substâncias tóxicas e cancerígenas que podem prejudicar a saúde humana. Estes resíduos devem ser colocados nos Pontos Electrão para serem encaminhados às unidades fabris especializadas no seu reaproveitamento sendo alguns transportados para outros países uma vez que Portugal não tem capacidades para tratar alguns destes resíduos.
Após esta recolha de resíduos segue-se uma entrega de prémios à escola que reuniu maior quantidade de resíduos,os quais pertencem a uma de 10 categorias: Grandes electrodomésticos; Pequenos electrodomésticos; Equipamentos informáticos e telecomunicações; Equipamentos de consumo Equipamentos de iluminação (todos os tipos de lâmpadas a excepção das incandescentes; Ferramentas eléctricas e electrónicas Brinquedos e equipamentos de desporto e lazer; Aparelhos médicos; Instrumentos de monitorização; Distribuidores automáticos.
Este foi o primeiro ano em que a Escola secundária participou, no entanto esperamos que tenha sido o ano de sensibilização e que nos próximos anos esta recolha ultrapasse largamente as toneladas de REEE recolhidos no presente ano lectivo.

Francisco Baptista, David Maximiano, Carlos Simões, Hugo Pereira – 12º A
Escola Secundária com 3º CEB de Coruche

Os Jovens podem ficar surdos?

Os problemas auditivos, podem aumentar gradualmente na população mais jovem.

Os jovens frequentam ambientes, como discotecas e bares, onde o nível de som é demasiado elevado, o que pode chegar a provocar dor e provocar danos no sistema auditivo e na qualidade de vida das pessoas.
Também em locais desportivos a intensidade sonora é elevada, como pudemos constatar com medições efectuadas no pavilhão desportivo de Coruche em momentos de treinos. Neste local a intensidade sonora variou entre, 70dB e os 85dB.
A treinadora de patinagem artística, Joaquina Deus, afirma que o ruído não cria qualquer tipo de barreira entre a treinadora e as atletas, mas que “o ruído do pavilhão é sempre prejudicial, por haver uma distracção constante, dos atletas, com o que se passa à sua volta…”. Pessoas que frequentam ambientes de demasiado ruído têm tendência a elevar o seu tom de voz facto também referido pela treinadora Joaquina Deus, “… essa é uma característica que tenho, o meu tom de voz já aumentou muito, as minhas cordas vocais estão muito desenvolvidas precisamente por eu ter de levantar o meu tom de voz…”.
Ao longo dos anos, com a intensa exposição ao som as pessoas poderão começar a ter alguns problemas físicos, como problemas no aparelho auditivo, no entanto, Joaquina Deus garante, “Durante estes anos, não conheço nenhuma criança que tivesse problemas de audição (...) ”. Apesar de não se conseguir atenuar o ruído dentro dos pavilhões, os pavilhões de Norte a Sul do País estão cada vez mais modernos.
O uso excessivo de “phones” pode ser bastante prejudicial na saúde dos jovens, tal como aconteceu ao guitarrista dos “The Who”, Pete Townshed, que fez um alerta a propósito da utilização deste equipamento. O músico garante que os seus problemas de audição foram causados pelos “phones” de ouvido que costumava usar nos estúdios de gravação. Pete ressalta que, tem um zumbido constante nos seus ouvidos. Perante este alerta não devemos ficar indiferentes e devemos tomar consciência do perigo que corremos diariamente, protegendo-nos e esclarecendo os outros para que, também eles, se possam proteger.

David Ribeiro, Filipe Parreira, Carlos Louro, João Póvoa – 12º A
Escola Secundária com 3º CEB de Coruche






Já alguma vez pensaste o que pode existir nas casas de banho da tua escola? Embora estejam aparentemente limpas, há inúmeros microrganismos, como bactérias e fungos que, sendo invisíveis aos nossos olhos, existem e estão lá. O grupo Ciência Saudável, no âmbito da investigação “Microrganismos na Escola” decidiu investigar estes microrganismos, nomeadamente fungos. Foram recolhidos amostras de fungos em todas as casas de banho da escola, tendo como objectivo averiguar quais os locais mais livres de microrganismos, e seguros em termos de higiene. Uma elevada prevalência de certos microrganismos, ou de um grande número de espécies, em locais, como casas de banho, por exemplo, pode potenciar o risco de padecer de certas doenças ou infecções, causadas por estes fungos ou por bactérias. É importante investigar estas situações, de modo a poder prevenir estas potenciais epidemias, num local público, que é de acesso diário a centenas de pessoas, como é o caso da nossa escola.

Todas as recolhas foram efectuadas com o mesmo método, o método da estriagem, e que todas as colónias foram incubadas à temperatura ambiente no momento da sua recolha. O tempo de incubação foi de 7 dias.

Perante os resultados obtidos foi possível concluir sobre os locais mais ou menos higiénicos da escola. Para a lista abaixo, foram tidos em conta o número de colónias presentes nas amostras recolhidas, em conjunto com o número de colónias presentes em cada amostra.

Locais aparentemente mais problemáticos em termos de higiene:
• Bloco F WC masculino
• Bloco E WC feminino
• Bloco C WC feminino e masculino
• Bloco B WC masculino
• Balneário feminino e masculino

Locais aparentemente mais seguros em termos de higiene:
• Lavatórios do Bar
• WC masculino do Bar
• WC feminino e masculino do bloco A

Os locais aparentemente mais problemáticos em termos de higiene coincidem com os locais mais utilizados pelos alunos da escola. Ambas as casas de banho dos blocos E e F são únicas nesta zona e, portanto, são utilizadas pela maior parte dos alunos que têm aulas nestes dois blocos. A casa de banho do Bloco C está situada num ponto principal da escola, o átrio, sendo também muito frequentada. Os balneários apresentaram resultados preocupantes, uma vez que o ambiente no seu interior é extremamente abafado e húmido, o que cria condições óptimas ao desenvolvimento de fungos, para além disto, toda a sujidade inerente à prática da disciplina de Educação Física contribui para o desenvolvimento exagerado das colónias de fungos. Como medidas de solução para este problema, recomendamos a limpeza e a desinfecção destes locais de forma mais frequente utilizando, se possível, lixívia diluída em água quente, e tendo atenção à limpeza das torneiras, sanitas e autoclismos. Se possível, implementar autoclismos ou torneiras com sensores de movimento, de forma a evitar o contacto da pele com estes objectos.

Há que salvaguardar a fiabilidade destes resultados, pela análise dos meios de controlo. Estes foram realizados a 14/02/11 e foram observadas 2 colónias de espécies diferentes no primeiro ensaio, e 0 colónias do segundo ensaio. Pode-se concluir que não existiu contaminação que influenciasse os resultados das amostras recolhidas.

Como podemos concluir, nem sempre o mau cheiro ou a aparência da superfície da casa de banho são indicadores da higiene da mesma ou da presença de fungos, uma casa de banho bem cheirosa e aparentemente limpa, pode ser das mais problemáticas em termos de higiene e de contaminação, ao passo que um local aparentemente sujo pode ser mais seguro. O mau cheiro numa casa de banho é causado pela elevada concentração de metano e derivados de amónia, o que não está directamente relacionada com a quantidade de microrganismos da mesma.


12ºA


Catarina, Fábio, Henrique e Sofia
Escola Secundária com 3º CEB de Coruche

terça-feira, 3 de maio de 2011

Costa Vicentina - Paraíso Sustentável

A Costa Vicentina é, sem dúvida, um paraíso sustentável, não só por toda a sua beleza e harmonia, mas também pela preocupação ambiental que se observa.
A Costa Vicentina, localizada no sudoeste de Portugal, apresenta uma extensão de 110 km e é caracterizada pela sua enorme biodiversidade.
Na reserva natural do Sudoeste Alentejano e da Costa Vicentina encontramos, para prazer dos nossos sentidos, uma mistura de vegetação mediterrânica, norte-atlântica e africana, sendo que as principais espécies aqui encontradas são o sobreiro, o medronheiro, o pinheiro-bravo, o eucalipto e até o carvalho cerquinho.
Também a fauna é diversificada, com mamíferos, como a lontra e o javali, aves, como a águia-pesqueira e a águia de bonelli, peixes, como o barbo-do-sul e muitas outras espécies animais.
Os vestígios históricos conduzem-nos até ao nosso passado, numa viagem inesquecível perfumada pela giesta e pelo mar.
Podemos praticar pedestrianismo, orientação, escalada, parapente, hipismo, canoagem, surf, windsurf, mergulho e BTT sem poluir o ambiente e se pôr em risco as espécies.
A Costa Vicentina permite-nos descansar e viver em harmonia com a natureza. Devemos, pois, preservá-la e desfrutá-la, sem esquecer que as gerações futuras também devem ter esse prazer.






Maria Clara Azevedo Coutinho
Escola Secundária com 3º CEB de Coruche

Herdade dos Concelhos - Floresta Encantada

“Herdade dos Concelhos – Floresta Encantada”


Ao chegar à Herdade dos Concelhos sentimos todo o tipo de sensações. A paz está presente em todo o lado e é possível ouvir o chilrear das aves, o barulho do vento a atravessar as folhas dos pinheiros, dos sobreiros, das azinheiras, o som dos animais, o verde que se vê, o agradável cheiro do rosmaninho, da esteva… Todo este espaço desperta o nosso espírito!


Esta Herdade localiza-se no concelho de Coruche, na freguesia da Erra e é caracterizada pela sua vasta biodiversidade animal e vegetal.
Sendo uma floresta bem preservada podemos encontrar coelhos, lebres, javalis, porcos, e também várias espécies vegetais, como o pinheiro, a azinheira, a esteva, o carvalho e principalmente o sobreiro, espécie predominante neste ecossistema.
O sobreiro constitui-se como uma barreira contra a desertificação, uma vez que combate a erosão do solo, retendo humidade e protegendo-o do efeito do vento e do sol, permite, ainda, a sobrevivência de muitas espécies de fauna, como a águia, o sapo parteiro ibérico, o lince (algumas em perigo de extinção).
É neste equilíbrio com a natureza que somos invadidos pelo cheiro do rosmaninho, do alecrim, e que encontramos uns espargos iguais aos que são utilizados nas típicas migas de espargos de Coruche.
Observamos as abelhas que, de flor em flor, recolhem o pólen para fazer o mel, que nos adoça a boca e os sentidos.
Ao caminhar nesta floresta encontramos as pegadas dos javalis que ali vivem e procuram o seu alimento, e, por entre as estevas, um pequeno ser movimenta-se. Paramos e observamos e eis que voa uma linda perdiz.
Este é um local a preservar para que as gerações futuras possam desfrutar deste paraíso e para que todos possamos agradecer a esta floresta que durante muitos anos vai continuar a fixar carbono, contribuindo para evitar o aumento do efeito de estufa, vai continuar a ser a “casa” dos inúmeros seres que ali vivem; vai continuar a oferecer-nos o mel, o chá de rosmaninho e alecrim, a cortiça das rolhas das garrafas ou daqueles sapatos lindos de que tanto gostamos. Vai continuar a encantar-nos …








Maria Coutinho e Francisco Carvalho
Escola Secundária com 3º CEB de Coruche

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Biodiversidade da Ribeira do Divor

A Ribeira do Divor, na Azervadinha, foi o local escolhido para identificar e recolher macroinvertebrados presentes na água, para posteriormente serem analisados em laboratório, na escola e possibilitar uma identificação da qualidade da água da referida ribeira.



O grupo CSI Coruche recolheu amostras de água e algas juntamente com macroinvertebrados, CSI Ferreira e CSI Vieira responsabilizaram-se pela recolha das algas, CSI Caetano pela recolha de amostras de água e CSI Martins pela procura de macroinvertebrados, que apareceram passado pouco tempo..




Após a ida à Ribeira do Divor, para recolher amostras de água e macroinvertebrados, a investigação prosseguiu no laboratório de Biologia da Escola Secundária de Coruche.
No laboratório foi reconstituído um pequeno ecossistema com um aquário onde se colocou a areia do rio, as algas recolhidas e os macroinvertebrados.
No dia seguinte iniciou-se a análise da água do aquário, bem como a identificação de macroinvertebrados e dos peixes. Foram preparadas amostras de água do fundo, do meio e da superfície do aquário. Seguidamente, essas amostras, foram analisadas ao microscópio óptico composto (MOC). Durante a primeira semana existia uma grande diversidade de algas filamentosas, desde azuis e verdes, como as chlamydomonas (algas flageladas). Foram encontradas ainda paramécias.
Na segunda e terceira semana foram encontradas novamente uma enorme variedade de algas (descrita anteriormente) e paramécias. Foram ainda observados vários rotíferos e no fundo colónias de algas Vólvox.










Foi também observado à lupa binocular, um macroinvertebrado,um besouro da ordem Coleoptera pertencente à família Psephenidae. É um besouro que de desloca na água com um corpo densamente coberto de pêlos hidrófugos..A sua alimentação baseia-se em plâncton.



Observou-se a pardelha que é um pequeno e pacífico ciprinídeo cujo tamanho máximo raramente ultrapassa os 15 cm., com o corpo alongado e levemente comprimido, com a cabeça pequena e uma boca terminal ligeiramente inclinada para baixo. Tem caracteristicamente a base das barbatanas peitoral e pélvica avermelhadas e possui uma linha lateral muito marcada. A sua alimentação baseia-se em pequenos invertebrados, algas e plâncton.



Até ao momento, o aquário encontra-se perfeitamente oxigenado, graças à presença de algas recolhidas na Ribeira. É de salientar que todos os seres observados, existiam em grande quantidade, pelo que a sua recolha (em pequena amostra) não constitui um problema para o ecossistema
A presença de alguns micoorganismos, alerta para o facto de que este ecossistema possa apresentar alguns níveis de poluição. As paramécias, que são protozoários, desenvolvem-se a um ritmo acentuado em águas poluídas e ricas em compostos orgânicos. Os rotíferos observados representam óptimos indicadores de saprobidade, ou seja é o termo utilizado para definir o conteúdo de putrefação orgânica. A presença de algas azuis permite concluir que a água está poluída por excesso de compostos nitrogenados, possivelmente os que são utilizados na agricultura. A presença de uma quantidade elevada de algas verdes, em cursos de água relativamente parados, como o da Ribeira do Divor, representa um indicador de poluição.
O besouro Psephenidae desenvolve-se particularmente com águas de carácter poluído.
As pardelhas vivem em ambientes bem oxigenados, com uma densa vegetação aquática. São encontrados em cursos de água médios.
Em suma, a água da ribeira do Divor encontra-se bem oxigenada, embora poluída e com elevadas concentrações de matéria orgânica.
Esta investigação irá prosseguir recorrendo também a testes de toxicologia, com produtos químicos utilizados na agricultura, utilizando Daphnia magna, recolha e análise de amostras em outros locais para que se possa revelar “O Segredo do Rio”.




Alexandre, Joana F, Joana V, Sara – 12º A